O Vasco da Gama publicou seu balanço financeiro referente ao ano de 2024, revelando que o endividamento total do clube chegou a R$ 1,2 bilhão. O relatório detalhado foi divulgado dois meses após a publicação de um resumo preliminar de quatro páginas e aponta um aumento de R$ 400 milhões na dívida desde a criação da SAF, em 2022.
O crescimento do passivo contraria uma das principais metas da venda de 70% das ações da área de futebol: a redução das dívidas. Desde maio, quando assumiu a gestão da SAF após uma disputa judicial com a 777 Partners, a atual diretoria afirma buscar o equilíbrio financeiro com foco em estratégias de médio e longo prazo.
De acordo com o clube, foram adotadas medidas técnicas e jurídicas para aliviar a pressão sobre o fluxo de caixa e reconstruir a credibilidade no mercado. Entre as iniciativas estão o processo de recuperação judicial e acordos firmados com 155 dos 218 credores.
Na Classe I, referente a dívidas trabalhistas, mais de R$ 47 milhões foram renegociados, com 52% dos credores aceitando as condições propostas.
Apesar do cenário de endividamento, o Vasco registrou um faturamento recorde de R$ 474 milhões em 2024. Desse total, R$ 299 milhões vieram de receitas operacionais e outros R$ 174 milhões de negociações de atletas. As vendas de Marlon Gomes (R$ 64 milhões), Gabriel Pec (R$ 49 milhões) e Orellano (R$ 20 milhões) se destacaram no período.
A campanha até a semifinal da Copa do Brasil também impactou positivamente os cofres vascaínos, com premiações que somaram R$ 52 milhões — quase o triplo dos R$ 19,8 milhões recebidos na edição anterior.
Em contrapartida, os gastos acompanharam o aumento da arrecadação. Os custos operacionais passaram de R$ 370 milhões para R$ 435 milhões, impulsionados principalmente pelos investimentos em contratações.