Um esquema de desvio de verba pública destinada a creches na Zona Oeste do Rio é alvo de operação da Polícia Civil nesta terça-feira. De acordo com as investigações, a organização criminosa é responsável pela criação de empresas fantasmas que emitiam notas fiscais superfaturadas. Dessa forma, eram justificados os repasses de verbas públicas da Prefeitura do Rio de Janeiro para sete creches conveniadas na região. Entre os alvos de mandados de busca e apreensão está a vereadora Gigi Castilho (Republicanos).
De acordo com a Polícia Civil, o grupo agia através de empresas de fachada abertas em nome de laranjas, usadas pelos representantes das instituições conveniadas. Essas empresas simulavam a prestação de serviços e o fornecimento de produtos que nunca eram entregues. Ao município eram apresentadas notas fiscais falsas para comprovar as despesas, o que resultava no repasse de recursos públicos para a organização.
Agentes da Delegacia de Defraudações (DDEF) estão nas ruas nesta manhã para cumprir 29 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, pela 1ª Vara Especializada em Organizações Criminosas. Esta etapa tem como objeto coletar documentos, computadores, celulares, mídias eletrônicas e materiais contábeis que subsidiarão a análise financeira do esquema.
Um dos endereços alvos é a casa de Gigi Castilho, em Sepetiba. As equipes, no entanto, encontraram o imóvel vazio, com o portão destrancado. Agentes fizeram buscas no local. Ao todo, foram expedidos mandados contra 15 empresas e 14 pessoas.
Uma das creches conveniadas recebeu aproximadamente R$ 9 milhões em apenas seis meses, apontaram as investigações. Nesse período, foram registrados 816 saques em espécie, totalizando cerca de R$ 1,5 milhão. Segundo a polícia. Tal movimentação “mostrou-se totalmente incompatível com o perfil e a natureza de uma instituição educacional conveniada”.
As investigações prosseguem para identificar todos os beneficiários e responsáveis pela movimentação irregular dos recursos, bem como eventuais servidores públicos que possam ter colaborado para a execução das fraudes.






