Uma pesquisa inédita do Datasenado, em parceria com a Nexus, mostra um cenário alarmante: quase 9 milhões de mulheres brasileiras — uma em cada dez com 16 anos ou mais — sofreram algum tipo de violência digital no último ano. Foram mais de 21 mil entrevistas em todo o país, revelando agressões que vão de mensagens ofensivas e ameaçadoras à invasão de contas e difusão de mentiras nas redes sociais. Para pesquisadores, esses ataques se tornaram tão comuns que muitas mulheres passaram a considerar esse tipo de violência como algo normal.
O estudo aponta que, no ambiente virtual, as vítimas demoram mais a perceber e denunciar as agressões, o que favorece a continuidade dos ataques. Especialistas defendem que, além da denúncia, é essencial que plataformas ofereçam mais segurança e que haja investigação rápida e punição dos agressores. A educação de meninos e jovens para o respeito às mulheres também aparece como parte importante da solução.
O levantamento traz ainda o relato de uma jovem de 22 anos que há quatro anos é perseguida e ameaçada na internet, com mensagens de violência sexual e montagens feitas com inteligência artificial. Ela descreve medo constante e impacto direto na rotina. Para denunciar, as vítimas podem procurar delegacias físicas ou especializadas, além da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Safernet e da Central Ligue 180, que funciona 24 horas por dia e garante anonimato a quem busca ajuda.






