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Violência provoca, em média, duas interrupções diárias nos trens da SuperVia em 2025

Trocas de tiros, furtos de cabos e atos de vandalismo impactaram a circulação em cinco ramais

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Reprodução

A operação dos trens da SuperVia, que ligam a capital fluminense a outros 11 municípios por meio de 270 quilômetros de trilhos, foi impactada diariamente pela violência em 2025. Apenas nos dez primeiros meses do ano, problemas de segurança pública provocaram 682 cancelamentos ou interrupções de viagens — uma média de duas ocorrências por dia.

Os dados são da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transporte (Agetransp) e refletem a realidade de um sistema ferroviário que transporta cerca de 300 mil passageiros diariamente e cruza áreas dominadas por facções criminosas e milícias. De acordo com o mapeamento da malha ferroviária, os trens passam ao lado de 179 comunidades controladas pelo Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP), Amigos dos Amigos (ADA) e grupos milicianos.

As comunidades estão concentradas principalmente na Zona Norte, com 104 favelas próximas aos trilhos. Há ainda áreas conflagradas ao longo da ferrovia no Centro do Rio (quatro), na Zona Oeste (41) e na Baixada Fluminense (30). Ao todo, a SuperVia opera 104 estações distribuídas em cinco ramais e três extensões.

De janeiro a novembro, a concessionária registrou 16 interrupções provocadas especificamente por trocas de tiros, o equivalente a um caso a cada 20 dias. A duração das paralisações variou de 15 minutos a mais de 18 horas, dependendo da gravidade da ocorrência e da extensão dos danos à infraestrutura.

A interrupção mais longa ocorreu no ramal Belford Roxo, após um confronto armado em Costa Barros, na Zona Norte, em 29 de agosto. Um disparo atingiu a rede elétrica aérea por volta das 6h, obrigando ao fechamento de quatro estações. A circulação só foi totalmente normalizada cerca de 23 horas depois.

O ramal Gramacho/Saracuruna foi o mais afetado por tiroteios: nove ocorrências foram registradas nos 11 primeiros meses do ano. Parte dos confrontos ocorreu nas proximidades das estações Parada de Lucas e Cordovil, áreas que integram o Complexo de Israel, sob influência do TCP. O território é controlado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos criminosos mais procurados do estado, com 11 mandados de prisão em aberto. Outras interrupções no mesmo ramal aconteceram na altura do bairro Corte Oito, em Duque de Caxias, região ligada ao CV.

No ramal Belford Roxo, seis interrupções por trocas de tiros foram registradas, principalmente nas proximidades das estações Costa Barros e Del Castilho, áreas próximas ao Complexo do Chapadão, dominado pelo CV, e em Barros Filho, nas imediações do Complexo da Pedreira, sob influência do TCP.

Já no ramal Deodoro, o tráfego ficou interrompido por mais de duas horas no dia 23 de agosto, nas proximidades da estação Deodoro, área próxima a acessos da comunidade do Muquiço, também controlada pelo TCP.

Apesar da forte presença de milícias na Zona Oeste, não houve, nos 11 primeiros meses do ano, registros de interrupções causadas por tiroteios nessa região.

Enquanto usuários relatam atrasos constantes e a necessidade de sair mais cedo de casa para evitar prejuízos, um leilão judicial marcado para o dia 27 de janeiro deve definir o novo operador do sistema ferroviário, que substituirá a SuperVia na gestão dos trens que conectam o Rio de Janeiro a outros municípios da Região Metropolitana.