A cidade do Rio de Janeiro registrou em junho a maior queda do ano no valor da cesta básica, com retração de 0,56%, segundo levantamento do DIEESE. É o segundo mês consecutivo de deflação na capital fluminense, o que representa um alívio importante para o orçamento das famílias cariocas, especialmente diante do peso que os alimentos ainda têm nas despesas mensais.
O presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), Fábio Queiróz, avalia o cenário de forma otimista e vê no resultado uma oportunidade estratégica para o varejo. “Este é um momento em que o varejo pode se reposicionar, reforçar a competitividade e retomar a confiança do consumidor. A queda dos preços abre espaço para promoções, giro de estoque e atração de novos clientes. Mas, acima de tudo, é hora de mostrar sensibilidade com o bolso da população”, afirma o executivo.
A redução foi puxada, principalmente, pela queda nos preços de produtos de grande peso na cesta: batata, arroz agulhinha, óleo de soja e açúcar — influenciada pelo aumento da oferta e, em alguns casos, pela menor demanda. A tendência ajuda o setor supermercadista a ajustar estratégias, segundo Fábio Queiróz. “Mesmo com um cenário ainda desafiador no acumulado do ano, o setor está atento e comprometido em transformar esse momento em um benefício direto para o consumidor. Nossa prioridade é equilibrar competitividade com responsabilidade social”, reforça o presidente da ASSERJ.
Para o consultor econômico da ASSERJ, William Figueiredo, a deflação no Rio, embora discreta, foi mais intensa do que a média nacional, que ficou em -0,48%. “Entre as capitais do Sudeste, a queda carioca foi a menor da região, mas ainda assim superou o desempenho de Vitória, que teve inflação de 0,22%”, destaca Figueiredo.