A Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) e a Secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento (SMDU) realizam, nesta segunda-feira, a demolição de parte de um restaurante conhecido na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O comércio, segundo as pastas, foi construído irregularmente, com ocupação ilegal do afastamento frontal, em uma área nobre na Avenida Armando Lombardi.
Segundo a Seop e a SMDU, o imóvel acumula notificações e multas há mais de 10 anos por desrespeitar os parâmetros urbanísticos da região. Apesar de ser passível de regularização por meio da Lei da Mais Valia, o estabelecimento possui uma dívida superior a R$ 1,2 milhão.
“O responsável pelo estabelecimento vem sendo notificado, inclusive notificado e multado, desde pelo menos o ano de 2006. Então é uma operação dentro desse esforço da prefeitura de cumprir a legislação urbanística, o ordenamento da cidade. Desde janeiro de 2021 já são mais de 5.500 demolições de condições ilegais”, afirmou o secretário de Ordem Urbana, Brenno Carnevale.
Crítica a demolição
O ex-subprefeito do Centro e da Barra da Tijuca, Thiago Barcellos, questiona o tempo decorrido para que a prefeitura resolvesse verificar uma possível irregularidade do restaurante. Thiago lamenta o fim do negócio e dos empregos que ali eram gerados:
“Essa demolição é mais uma prova de que a Prefeitura está completamente fora da realidade da cidade. Passaram 10 anos vendo o restaurante ali, funcionando, gerando emprego, dando oportunidade pra quem tá começando, enfrentando crise, pandemia… e agora decidem derrubar? Por quê? Enquanto isso, tem construção irregular em tudo quanto é canto, em área pública, em comunidade, em lugar de risco — e ninguém faz nada. A verdade é que a Prefeitura age com força contra quem trabalha, mas fecha os olhos pro que realmente ameaça a cidade. Quando fui subprefeito, vi isso de perto: falta coragem pra enfrentar os problemas certos. Essa ação é injusta, seletiva e covarde. Estão punindo um restaurante que ajuda a cidade, pra mostrar um rigor que eles não têm com o que realmente importa. Isso não é cuidar da cidade. É fazer marketing em cima de quem produz”, destacou Thiago.