Entram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de importação de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre o Brasil. Com isso, parte dos produtos brasileiros vai pagar a mais alta taxa do mundo para entrar nos EUA.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quarta-feira (30) um decreto que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%. A medida, no entanto, prevê uma longa lista de exceções como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.
O líder norte-americano deixou quase 700 produtos fora da lista de itens afetados pela tarifa extra de 40%. Entre eles, suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro.
Segundo a Casa Branca, o decreto foi adotado em resposta a ações do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
Na noite dessa terça-feira (5/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ajustou os últimos detalhes do plano de socorro aos setores mais afetados. O mandatário recebeu no Planalto o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e Rui Costa (Casa Civil).
O governo brasileiro deve anunciar, nos próximos dias, medidas direcionadas às áreas mais afetados pelo aumento de tarifas dos Estados Unidos. Segundo auxiliares, a principal preocupação do presidente Lula é com a preservação de empregos.
Na noite dessa terça-feira (5/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ajustou os últimos detalhes do plano de socorro aos setores mais afetados. O mandatário recebeu no Planalto o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e Rui Costa (Casa Civil).
Haddad havia indicado que os setores de produção sob medida para o mercado americano mereciam atenção especial. Segundo ele, as exportações para os EUA representam 12% da balança comercial brasileira, sendo que 4% foram atingidos diretamente pelas novas tarifas. Parte desses produtos pode ser redirecionada para outros mercados, mas há segmentos com maior dificuldade de adaptação.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, antecipou na segunda-feira (5/8) que o plano de contingência terá linhas de crédito e compras governamentais, mas reforçou o caráter personalizado das medidas apresentadas Lula, considerando a necessidade das industrias afetadas:
Linhas de crédito: semelhante ao vivenciado no desastre do Rio Grande do Sul, o governo federal estuda conceder linhas de crédito para pequenos produtores.
Compras governamentais: Haddad citou o caso do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), que apresentou ao governo proposta para comprar o pescado produzido no Estado que teria o destino aos Estados Unidos. De acordo com o ministro, existe espaço orçamentário para esse tipo de medida.
Reativação do Programa Seguro-Emprego: a medida deve permitir a redução de até 30% da jornada e dos salários de trabalhadores em empresas com dificuldades financeiras, semelhante ao que aconteceu na pandemia.
Ampliação do Reintegra: programa para pequenas empresas exportadores que permite recuperar parte dos tributos pagos ao longo da cadeia produtiva.
A ministra do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet, também citou medidas de alongamento de prazo, carência, juros diferenciados e subsídios. De acordo com ela, as iniciativas ainda estão sendo estudadas pelo governo. ” É uma questão de tirar ou não tirar, a depender das exceções serem estendidas ou não”, disse.
Tebet avaliou também que algumas medidas dependem de autonomia de bancos públicos, como o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil.
Negociações
Apesar da elaboração das medidas de contingência, o governo segue buscando o diálogo com os Estados Unidos. Haddad já reforçou que o Brasil não sairá da mesa de negociação – esta semana o ministro deve se reunir de forma remota com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. “Nunca saímos da mesa de negociação nem sairemos. Hoje, nós ainda não temos um acordo”, disse Haddad.
Além disso, o governo deve acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), segundo disse Alckmin. De acordo com ele, o presidente Lula vai decidir quando e como fazer esse contato.
Na noite de terça-feira (5/8), o presidente Lula se reuniu com Haddad e Alckmin para tratar do plano de contenção.