O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa na manhã desta segunda-feira (08/09) de uma reunião virtual com líderes de países do Brics — bloco de países emergentes do Sul Global. O encontro foi organizado pelo governo brasileiro, que está no comando rotativo do bloco: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Irã e Arábia Saudita.
A previsão é que o presidente Lula faça uma declaração na abertura da reunião, como anfitrião do encontro virtual, e depois os demais participantes também falam.
O presidente Donald Trump sobretaxou em 50% produtos brasileiros para tentar interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa no governo é que Lula, durante a reunião, reforce a defesa da soberania brasileira, mas com um tom calibrado para não irritar Trump e dar pretexto a novas sanções dos EUA.
A cúpula se propõe a discutir diferentes perspectivas do multilateralismo, o que contempla a imposição de tarifas pelos EUA, guerras na Ucrânia e Gaza e a necessidade de reformas das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A reunião não deve terminar com uma declaração oficial, porém a intenção é marcar posição sobre temas da agenda internacional, mas respeitando as nuances políticas de cada integrante do bloco na relação com os EUA e outros países. O governo avalia divulgar uma nota após o encontro com detalhes do que foi tratado na reunião.
Lula também pretende reforçar o convite para que os países do Brics se engajem na COP 30, que será realizada em novembro em Belém. O presidente aproveita fóruns internacionais para fazer esse apelo diante do desejo de destravar na COP a adoção de mecanismos que financiem a proteção de florestas e a transição energética.
O Brasil lançará na COP o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF na sigla em inglês), a fim de reunir recursos que serão repassados aos países em desenvolvimento que conservarem suas florestas.