O Rio de Janeiro registrou 290 ocorrências de crimes sexuais virtuais no primeiro trimestre de 2025. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), 95% das vítimas são mulheres e 43 dos casos envolveram crianças e adolescentes. Entre eles, 15 atingiram menores de 14 anos.
A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) investiga situações de aliciamento, chantagem e divulgação de imagens íntimas de menores em plataformas como Discord e Telegram. Em um dos casos, um homem foi preso após armazenar e vender fotos da namorada adolescente desde quando ela tinha 12 anos.
Autoridades alertam para a expansão dos crimes de sextorsão — quando vítimas são ameaçadas com a divulgação de conteúdos íntimos — e do estupro virtual, caracterizado pela coação para prática de atos libidinosos à distância. Segundo os investigadores, esses crimes muitas vezes são ainda mais difíceis de identificar, já que os agressores se escondem sob perfis falsos.
A DCAV reforça que o consumo e o compartilhamento de imagens envolvendo menores é crime, e que denúncias podem ser feitas por familiares e responsáveis que identifiquem situações suspeitas em dispositivos eletrônicos. O objetivo é proteger as vítimas e responsabilizar os autores sem revitimizar crianças e adolescentes.