A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como um avanço significativo o encontro realizado neste domingo (26/10), na Malásia, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em nota, a entidade afirmou que o diálogo entre os dois líderes representa um passo decisivo nas tratativas para reverter o tarifaço e restabelecer condições equilibradas de comércio bilateral.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que o anúncio do início das negociações, com “disposição real das duas partes para alcançar um acordo”, é um sinal positivo para o setor produtivo brasileiro. “Acreditamos que teremos uma solução que vai fortalecer a indústria e o emprego no país”, afirmou Alban, acrescentando que a entidade está à disposição para oferecer apoio técnico nas discussões com os Estados Unidos
Para Alban, a retomada das relações comerciais sem tarifas abusivas é essencial para devolver previsibilidade e competitividade às exportações nacionais. A CNI reforçou que acompanha as negociações desde o início, contribuindo com estudos e propostas que possam subsidiar as conversas entre os dois governos.
Propostas técnicas e áreas estratégicas
Segundo a entidade, o setor industrial vem defendendo o diálogo e a formulação de propostas concretas em áreas estratégicas de interesse mútuo, como energia renovável, biocombustíveis, minerais críticos e tecnologia. Ricardo Alban ressaltou que é natural que os Estados Unidos busquem proteger suas cadeias produtivas, mas destacou a importância de que o processo ocorra de maneira “racional, transparente e baseada em dados, permitindo avançar de forma construtiva”.
O posicionamento da CNI reflete a preocupação da indústria com os efeitos das tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros e o impacto direto na geração de empregos e na competitividade global.
Missão empresarial e perspectivas de cooperação
Em setembro, a CNI liderou uma missão empresarial a Washington, onde abriu novas frentes de diálogo em setores de alto potencial econômico, como data centers, combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e minerais críticos. Durante a viagem, empresários e dirigentes da entidade se reuniram com autoridades e investidores norte-americanos para discutir os impactos das tarifas e possíveis soluções para uma agenda comercial mais equilibrada.
Com o início formal das tratativas entre os governos, a CNI acredita que Brasil e Estados Unidos poderão construir uma nova fase de cooperação baseada na inovação, na sustentabilidade e na estabilidade regulatória. A entidade vê no encontro entre Lula e Trump uma oportunidade de redefinir as bases da parceria econômica entre os dois países, reforçando o papel da indústria brasileira no comércio internacional.






