A guerra civil no Sudão do Sul entrou em nova fase devastadora. Após mais de 18 meses de combates entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF), milhões enfrentam fome, especialmente em Darfur, onde o colapso de serviços e o cerco militar dificultam qualquer forma de socorro.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) estima que 26 milhões de sudaneses vivenciam insegurança alimentar grave, e quase 5 milhões estão à beira da fome extrema. Rebeldes mataram mais de 460 civis em um hospital de El-Fasher, última unidade médica ainda operante na região, segundo a OMS.
O bloqueio de estradas, destruição de armazéns e saques a comboios humanitários dificultam a entrega de alimentos. A cidade de El-Fasher caiu recentemente nas mãos das forças paramilitares, ampliando o sofrimento e intensificando o cerco à população civil.
O conflito opõe o Exército, comandado por Abdel Fattah al-Burhan, às RSF, lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, o Hemedti. A disputa de poder entre os generais começou após o golpe militar de 2021, deixando mais de 15 mil mortos e ameaçando desestabilizar toda a região do Chifre da África.
Desde abril de 2023, mais de 10 milhões de pessoas foram deslocadas, transformando o Sudão na maior crise de deslocamento interno do mundo. Campos de refugiados estão superlotados nas fronteiras com Chade, Sudão do Sul e Egito, com falta de água, abrigo e medicamentos, enquanto massacres étnicos continuam em Darfur.






