Um estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo revelou que até 50% das praias do mundo podem desaparecer até 2100. A análise, divulgada em 17 de novembro, examinou centenas de litorais e mostrou que a elevação do nível do mar e a urbanização desordenada atuam conjuntamente para acelerar a erosão costeira.
O relatório aponta que o aumento do nível do mar expõe as praias a ondas mais fortes, tempestades e correntes que removem grandes volumes de areia. Quando esse processo ocorre em áreas com construções próximas da costa, retirada de dunas ou destruição de vegetação nativa, a capacidade natural de regeneração dessas regiões é prejudicada.
Os pesquisadores destacam que a alteração de uma praia afeta todo o sistema costeiro, incluindo zonas submersas onde vivem espécies que dependem da estabilidade do fundo arenoso. A perda das praias, alertam os autores, não é apenas um problema visual ou turístico, mas ameaça comunidades, ecossistemas e atividades econômicas essenciais.
O estudo também chama atenção para o risco crescente em praias consideradas estáveis. Tipos classificados como “intermediárias” ou “reflexivas” podem tornar-se mais vulneráveis quando há desequilíbrios ambientais, seja pela força do mar, seja pelas ações humanas sobre o território.
Para os especialistas, políticas de gestão costeira, restauração ambiental e planejamento urbano responsável são urgentes. Sem medidas eficazes, milhões de pessoas ao redor do mundo poderão perder suas praias, suas casas e suas fontes de renda nas próximas décadas.






