Deputados da oposição protocolaram nesta segunda-feira (3), na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), um pedido de impeachment contra o governador Cláudio Castro. A iniciativa foi impulsionada por uma mobilização de mais de 400 movimentos e entidades da sociedade civil, após a operação policial que deixou 121 mortos na Região Metropolitana do Rio na última semana.
O pedido foi apresentado pelos deputados Renata Souza, Flávio Serafini, Yuri Moura, Dani Monteiro e Professor Josemar, do PSOL, além de Marina do MST (PT), Dani Balbi (PCdoB) e Carlos Minc (PSB). O documento tem como base o manifesto “Chega de Massacres! Impeachment para Cláudio Castro!”, que denuncia a escalada da letalidade policial e acusa o governo estadual de promover uma política de segurança baseada em confrontos.
As entidades signatárias, entre elas o Instituto Raiz em Movimento, o Movimento Negro Unificado e o Fórum de Mulheres Negras RJ, afirmam que o modelo atual de segurança pública produz medo, luto e o colapso dos serviços nas comunidades. “As operações com alto número de mortes não trazem segurança, mas ampliam o medo e o sofrimento das populações faveladas”, diz o texto.
Os parlamentares apontam que Castro cometeu crimes de responsabilidade, como a violação de direitos fundamentais e o descumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal que restringe operações em favelas. Também destacam que quatro das cinco operações mais letais da história do Rio ocorreram sob sua gestão, o que, segundo eles, reforça a reincidência da violência de Estado.
Para os autores, o impeachment é uma resposta institucional necessária diante das graves violações de direitos humanos. O grupo defende que o Rio de Janeiro precisa abandonar políticas de confronto e adotar medidas que priorizem a vida e a legalidade. Caberá agora à Mesa Diretora da Alerj decidir se o processo de impedimento será instaurado.






