Em um universo de 1,09 milhão de pessoas com 16 e 17 anos de idade que exerceram atividade econômica no ano passado, 756 mil estava em ocupações informais. O dado mostra uma taxa de informalidade de 69,4%, a menor já registrada pela série histórica apurada pelo IBGE e iniciada em 2016.
Em 2023, o índice era de 73,3%, após ter chegado a um pico de 76,3% em 2022, na sequência à pandemia.
Ao avaliar o avanço do trabalho infantil por grupamento de trabalho, o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas foi aquele que puxou o movimento, somando 359 mil pessoas, ou 43 mil a mais que em 2023. Importante lembrar que, em 2024, o comércio registrou crescimento de 4,7%, a maior alta desde 2012, quando começa a série que mede o desempenho do indicador no IBGE.
Dos jovens em trabalho infantil no ano passado, 30,2% estavam no comércio, ante a 26,6% um ano antes. Agricultura, indústria e alojamento e alimentação registraram recuo, enquanto serviços domésticos subiu de 6,5% para 7,1%.
Ao olhar para os dados por faixas etárias, na de 16 e 17 anos, o contingente no comércio saltou em 30 mil pessoas de um ano para o outro, alcançando 263 mil em 2024. Já na faixa de 14 e 15 anos chama atenção o aumento desses adolescentes em serviços domésticos, com aumento de 19 mil em 2023 para 34 mil no ano passado.
A pesquisa mostra que, em 2024, o trabalho infantil subiu em três das cinco macrorregiões do Brasil: Sul (13,57%), Nordeste (7,25%) e Centro-Oeste (3,37%). No acumulado desde 2016, contudo, todas registram uma redução nos números, com exceção do Centro-Oeste, com alta de 7%. Para o Nordeste, a queda é de 27,1%. O maior contingente de crianças e adolescentes em trabalho infantil por região foi registrado no Nordeste, de 547 mil. Em termos de percentual, porém, a maior fatia de pessoas nessa situação é a do Norte, com 6,2%. A menor é a do Sudeste, 3,3%.