O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quarta-feira (5) a realização de perícias independentes e o fortalecimento do controle externo do Ministério Público sobre a atividade policial. As declarações foram feitas durante reunião com representantes de movimentos sociais que atuam como amicus curiae na ação que investiga a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes.
De acordo com o STF, Moraes afirmou que a subordinação da Polícia Técnico-Científica à Polícia Civil compromete a imparcialidade das investigações. Ele também destacou a necessidade de planejamento integrado entre as forças de segurança para evitar operações isoladas e sem resultados concretos.
Segundo o advogado Wallace Corbo, da Educafro, Moraes apontou incoerências nas justificativas do governo estadual, que inicialmente alegou que a operação visava cumprir mandados de prisão, mas depois afirmou que o objetivo era enfraquecer o Comando Vermelho. O ministro considerou preocupante essa mudança de narrativa.
Representantes da sociedade civil também relataram que Moraes questionou a eficiência da operação, citando diálogo com o governador Cláudio Castro sobre a impossibilidade de retorno imediato às áreas de conflito, o que, segundo ele, evidencia falhas estruturais na ação policial.
O encontro reuniu 29 representantes de organizações sociais no STF, que apresentaram críticas à condução da operação e defenderam mecanismos permanentes de fiscalização e transparência nas intervenções policiais em comunidades do Rio.






