Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) alerta que o planeta deve ultrapassar de forma definitiva a marca de 1,5°C de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais até 2035. O documento indica que, apesar de avanços pontuais, as ações climáticas atuais ainda são insuficientes para conter o aumento das temperaturas.
De acordo com o relatório, as estimativas de aquecimento global até o fim do século variam entre 2,3°C e 2,5°C, caso todos os compromissos climáticos nacionais sejam cumpridos. No entanto, se os países mantiverem suas políticas atuais, o planeta pode alcançar até 2,8°C de aquecimento até 2100 — um cenário que a ONU considera de alto risco.
A diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, afirmou que, embora existam avanços, o ritmo de mitigação ainda é lento. Ela destacou que as soluções já estão disponíveis, como o uso ampliado de energias renováveis e o enfrentamento das emissões de metano, mas ressaltou que é preciso agir dentro de uma “janela cada vez mais estreita”.
O relatório mostra que, para limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século, seria necessário reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de 55% até 2035. Essa meta, segundo os especialistas, exigiria uma transformação profunda na produção e no consumo de energia, além de cooperação internacional mais efetiva.
Apesar dos desafios, o PNUMA destaca que a transição para uma economia de baixo carbono pode gerar benefícios econômicos e sociais, como crescimento sustentável, novos empregos e mais segurança energética. O relatório reforça que cada fração de grau evitada representa menos perdas humanas, econômicas e ambientais, especialmente para as populações mais vulneráveis.






