A vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) — principal causador da bronquiolite em bebês — começará a ser distribuída na rede pública na segunda quinzena de novembro. O anúncio foi feito na última quarta-feira (10/9), quando o ministro da Saúde Alexandre Padilha assinou uma parceria para produzir o imunizante no país.
As primeiras 1,8 milhão de doses adquiridas por meio do acordo envolvendo o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer serão entregues até o fim deste ano ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina é uma importante aliada e pode reduzir a pressão sob as unidades hospitalares. Abaixo, confira o impacto do vírus na saúde dos pequenos.
O VSR é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% de pneumonias em crianças menores de 2 anos. A cada cinco crianças infectadas pelo VSR, uma necessita de atendimento ambulatorial e, em média, uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida. No Brasil, cerca de 20 mil bebês menores de um ano são internados anualmente.
Virtualmente, 100% das crianças serão expostas ao VSR nos dois primeiros anos de vida. Cerca de 60 a 65% se infectam no primeiro ano. “Nem todas terão bronquiolite, mas muitas desenvolverão sintomas como chiado, tosse ou resfriado. Algumas evoluirão para quadros mais graves, necessitando hospitalização, e uma pequena parcela, infelizmente, pode falecer”, alerta Renato Kfouri, do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Entre os prematuros, o risco é ainda mais elevado — a taxa de mortalidade é sete vezes maior do que a de crianças nascidas a termo — grupo que representa 12% dos nascimentos no país.
De 2018 a 2024, foram registradas 83 mil internações de bebês prematuros por complicações associadas ao vírus, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.